quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Será que nossa vida ficou desinteressante?

Vivemos num mundo cercado por câmeras hoje em dia. Somos filmados todos os dias e a todo o momento.

Pegamos o elevador para ir para o trabalho e começa nossa maratona de filmagem.

Caminhamos para pegar o ônibus e passamos por inúmeras câmeras. Nos filmam durante a viagem para o trabalho. Chegamos. No elevador estamos sendo filmados. Trabalhamos sendo vigiados. Voltamos para casa a noite, filmados. E tudo recomeça no dia seguinte.

Ligamos a televisão e o que é mostrado? A vida alheia.

Big Brothers, Solitários, A Fazenda, Nós 3, Geléia do Rock, Sem Destino, Vai pra onde?, Survivor, Casa dos Artistas, No Limite, O Aprendiz, Ídolos, Troca de Esposas, Troca de Tesouras, Extreme Makeover, Super Nanny, Qual é o seu talento?, Esquadrão da Moda, 10 anos mais jovem, So you think you can dance?, Amazing Race, Cada coisa em seu lugar, Chef a domicilio, Perder para ganhar, Uma semana para salvar seu casamento, Noivas Neuróticas, SOS Babá, Mude meu look, Glamour superstar, Guru de estilo, Um toque de Celebridade, Minha casa, meu estilo, Mi casa, su casa, e muitos outros de Reality shows espalhados pelos inúmeros canais da TV paga ou aberta...

Será que cansamos de viver nossas vidas e preferimos viver a vida dos outros? Ou não?

Algo similar foi mostrado no filme “The Truman Show” onde o personagem principal vivia numa cidade cenográfica e todos com quem ele “contracenava” não eram parentes ou vizinhos ou amigos de escola. Eram atores que desempenhavam papeis importantes, ou não, para que a história contada fosse ou se tornasse interessante para milhares de espectadores.

A TV nos mostram um mundo do faz de conta que não existe.

Ninguém acorda maquiado e pronto para sair da cama como se nada tivesse acontecido.

Não se mostra a vida real. O real assusta.

Já pensou se a mocinha da novela das 8 acordasse com o rosto com remela e babando no travesseiro? Imagem censurada! Ela sempre acorda com cabelo penteado e com o café da manhã posto. Sem gritos pela casa. Sem cara feia de quem estiver próximo dela. Sem sentir o calor de 40 graus em pleno Rio de Janeiro as 10h.

Porque viver a nossa própria vida ficou em segundo plano? Será que isso é real? Será que não somos importantes? Ou simplesmente nos deixamos ser guiados e nos abstemos de cometer nossos próprios erros e acertos?