Dia desse me peguei pensando no título deste post. Acho que ouvi num comercial ou li alguma citação de alguém famoso. Não importa.
Desde o nascimento, corremos atrás de algo. Mas nunca paramos para analisar e refletir sobre nossas vidas, nossas decisões, erros, acertos. Ou quando paramos é poque a vida nos dá "aquele" susto - morte de parente ou amigo, demissão ou alguma outra perda.
Porque parar para refletir somente quando estamos passando por momentos delicados em nossas vidas? Porque não parar com um pouco mais de frequência?? Cada um de nós temos que encontrar este tempo para refletir. (Como ouvi numa peça de teatro: "cada um a seu tempo...") Mas é importante parar e saber onde estamos e para onde estamos indo. Avaliar e ver a caminhada é mais importante do que o destino, em minha opinião.
Passei a adolescência procurando meu eu interior. Ou tentando entender qual o sentido da vida. Porque eu estava no mundo? Qual era a minha missão? Qual seria meu destino? Ou o que eu faria para ganhar dinheiro? Trabalho? Relacionamentos? Onde iria morar? O que era felicidade? Muitas questões e nenhuma resposta. Estas viriam e virão em pequenas mudanças durante a vida.
Terminei meus estudos, num colégio de freiras, e parti para o que achava seria a segunda etapa da vida - o segundo grau (antiga nomeclatura).
Primeira mudança!
Novo colégio. Amigos nem tanto, muitos foram para o mesmo colégio - o que era um alento por manter os amigos e a amizade. Novos professores. Novas matérias. Estudos. Novas amizades. Passeios. Festas. Matinês.
Alguns meses a frente descobri que faria outra mudança. Só que agora era de cidade e estado!!!
Segunda mudança!
Casa nova, cidade, estado, amizades, amigos, professores, sotaque, ônibus, ruas, clima, vizinhos...
Tudo novo! E era tudo mesmo!!!
A família mudou para uma cidade menor e que prometia uma vida melhor para seus moradores. Era um modelo de cidade. Planejada, com vias expressas, ruas limpas e muito a ser descoberto.
A paixão a primeira vista pela cidade passou no primeiro inverno. Ohhh frio! E que frio!
Mantive contato com muitos dos amigos antigos e sempre escrevia muitas cartas (de papel) não existia internet como hoje em dia. E me confortava escrever 10 ou mais cartas e contar tudo que acontecia de novo comigo e eu lendo as respostas me informando das mudanças da cidade que deixei, fisicamente.
E no final de ano com as férias escolares era o momento de reencontrar com o passado: arrumar as malas e rever os amigos antigos e rir de nós mesmos de nossas vidas, nossos acertos, nossos medos e nossas decisões. Uma semana de visita ao passado. Revigorante.
O vestibular chegou e a faculdade iniciou, mais mudanças pela frente.
Tudo novo, de novo! Horário de estudo, conhecimentos, professores e suas manias, truco, matar aulas, fazer novas amizades. Trabalhar, porque tinha que por em prática o que era ensinado nos bancos da faculdade. A vida adulta batia na porta.
Passei por alguns estágios, estudei muito e dormi pouco - com 20 e poucos anos a última coisa que você pensa em fazer é dormir. Até iniciar numa empresa como funcionário efetivo.
Veio o primeiro salário e o consumo! Aprender a gastar com parcimônia e inteligência seu dinheiro. Foi difícil mas não foi impossível. Comprava muita coisa e adorar ir aos shoppings ver as novidades e quando possível comprá-las!
Mas um dia eu iria escorregar... e foi pouco salário para o mês inteiro. Entrei em pânico. Nunca tinha me acontecido e tive que aprender como evitar. O mês seguinte foi digamos de retiro. Retiro das economias para cobrir o rombo feito no período passado.
Aprendi com o episódio e tive apenas muitos anos depois outro episódio semelhante, mas sabia o que deveria fazer e como fazer.
Outros empregos vieram. E algo me atraía para a minha cidade natal. E um novo emprego me fez voltar a viver na cidade natal.
Terceira mudança!
Agora o passo era maior! Morar sozinho, pagar muitas contas que eu não tinha nem idéia de que existiam. E como uma amiga comentou comigo: "As coisas (alimentos) estragam mesmo na geladeira!" Tudo era aprendizado novo e constante.
A correria. O Trânsito. Novos amigos. Novo horário de trabalho. Novos passeios.
Passei bons anos e chegou a hora de mudar de novo.
Quarta mudança!
Esta foi e tem sido uma mudança em tudo. A nova cidade é organizada mas sofre com o precário transporte público.
Eu depois de anos fazendo um trabalho, troquei de profissão. Agora tudo é muito, mais MUITO novo e revelador, estressante e interessante, muito mais corrido e inebriante!
Porque saí da zona de conforto? Sem resposta para essa. Ou eu diria que era o momento para dar uma virada na vida. Sair e fazer algo diferente do mesmo. Algo que encante quem você gosta e conhece ou quem acabou de conhecer.
Antes de decidir realizar esta mudança me preparei. Fiz um curso profissionalizante. Preparei uma reserva financeira.
Pensei muito antes de decidir. Muitos me apoiavam e muitos diziam que eu era louco. Temos que ter opinião de todos sendo boas ou não.
E respondendo ao título do post. O que eu fiz ou faço de importante em minha vida? É cultivar amigos, ter uma boa família, sorrir para as adversidades e tentar mudar um resultado negativo. Me propor a fazer mais. A viver mais. A criar novos vínculos. Excluir outros. E o principal: mudar. Porque é mudando que nós crescemos como ser humano, pessoa, indivíduo.
Mude algo também. Essa é minha dica. Mude o caminho para o trabalho. Leia um livro que você não leria. Altere o caminho para sua casa. Estimule seu cérebro. E cresça.
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Um comentário:
Adorei ler isso, e de ver que apesar de termos passado alguns (muitos) anos distantes um do outro, nossas vidas foram, de alguma forma, bem parecidas... e as lições aprendidas quase as mesmas. Aprendi a lidar com as mudanças... aprendi mesmo a não me importar com elas. Gosto delas até. Adoro não fazer as coisas do mesmo jeito, adoro alterar o caminho pro trabalho, ler um livro que não leria... ao longo dos anos me vi ouvindo de Guns ;) a Pixinguinha, lendo de Kafka a Nicolas Sparks, dirigindo pelo interior do pobre Nordeste brasileiro ou passeando pelas ruas de grandes e poderosas cidades, ficando sem grana até pra comer ou esbanjando em restaurante caro, dividindo apê com amigas ou comprando apê com marido: tudo isso me ensina, me move, me comove... viver é isso, crescer é isso, vejo a vida como um aprendizado por si só. E sem isso, seria muuuito chato.
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