segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Haiti - Caetano Velos

Composição: Caetano Veloso e Gilberto Gil

Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui

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O Haiti sofreu uma terrível catástrofe. O terremoto dizimou muito do país e da população.


O mundo está unido para reconstruir o país. Salvar a população local e restaurar a ordem.


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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Do começo ao fim....



O filme tinha tudo para ser polêmico mas o diretor deu foco apenas na vida dos dois irmãos sem mostrar os possíveis conflitos do amor entre eles.

É um filme água com açúcar. Sessão da tarde.

A primeira impressão é um pouco de frustração devido ao tema e a forma inusitada como foi abordada.

Ao ver o filme com outros olhos podemos ver que o filme não foi feito para falar sobre o tabu de pano de fundo, mas sim falar de amor. Um amor sublime, terno, tenro, honesto e familiar.

O amor, sentimento muitas vezes não compreendido pela maioria das pessoas, nos é mostrado de várias formas e facetas como nas diversas e diferentes seqüências do filme.

Amor materno

Mãe, afável, compreensiva e devota em seus trabalhos e em casa com a família, próxima aos filhos.

Amor paterno

Pai, devoto e afável, protetor e compreensivo.

Amor fraterno

Irmãos que se amam desde pequenos. Juntos, compartilham tudo de sua vida. Alegrias e tristezas. Descobertas e dúvidas. Certezas e incertezas. Suas vidas se entrelaçam e se fundem em uma só. Se completam e complementam. São auto-suficientes. Dividem o mesmo teto mas não mais como irmãos agora como amantes.

Amor singelo puro

Aquele que, sem pecado, nasce nas pessoas. Sem interesse. Sem pré-conceitos. Sem vergonha. Sem medo.

Amor simplesmente, o A-M-O-R